30.11.08

Post constatação

No dia 7 escrevi sobre despedidas. Claro que uma específica me motivou.
Falei sobre uma possibilidade quase concreta, no fundo, desejei estar escrevendo a maior besteira de todas.

Não foi. A vida cuidou. A despedida se deu.
Sem a palavra "adeus", e muito pelo contrário. Com abraços, sorrisos e frases como "Nossa, quanto tempo. Bom te ver."
E foi. Foi essa a despedida que a vida tinha pra gente. Porque com a gente tudo sempre foi incrivelmente diferente e especial demais pra ter sido um "adeus" comum.

Tudo em você me surpreende. Tudo na gente me intriga. Até nosso jeito de ir embora.
E a vida ainda há de me explicar o que foi tudo isso que aconteceu.
Por isso eu ainda espero, por você, não mais.

Um beijão bem medroso pras renovações! Muá!

As vezes não é de primeira

Há um pouco mais de um mês eu comprei o CD solo de alguém que tocava numa das minhas bandas prediletas. Comprei o CD no dia do lançamento, estava curiosa, com certeza seria um trabalho lindo, assim como todos os CDs da banda.

Cheguei em casa ansiosa. Coloquei pra tocar. Primeira música. Segunda. Terceira. Na quarta parei de ouvir. Enfiei o CD não sei onde. Fiquei decepcionada. Não gostei. Não consegui ver beleza nas letras. Na verdade achei tudo muito chato.

Hoje a tarde, procurando por outro CD qualquer achei esse. Resolvi escutar de novo, confesso que ainda descrente.
E desde então o CD não sai do meu aparelho de som. Não são todas as músicas que amei. Foram algumas. Mas delas, consegui ler letra por letra, vi beleza nas metáforas simples e inteligentes, assim como esperava ter visto da primeira vez.

Fiquei impressionada com o desencontro que aconteceu na primeira tentativa. Naquela época eu não queria escutar o que o CD tinha pra me cantar. Hoje eu quis. Hoje eu entendi.

Será que com pessoas a gente também tem segundas chances assim?

28.11.08

Confundindo o português

E não é que aconteceu mesmo? Bem ali, embaixo do meu nariz (literalmente), eles trocaram as letras, violentaram as regras gramaticais do bom senso e fizeram da liberdade a libertinagem. Assim, fácil e simplista, como o mais dos ordinários clichês.
Como quem tem suas posses invadidas, protagonizei a cena sem concordar com o que via, querendo com todas as forças estar bem longe dali.

Uma noite de agressão, posso resumir assim.

E hoje não mando beijo pra ninguém.

23.11.08

O velho de novo

Aí então num dia em que nada interessante promete acontecer, você senta na frente do DVD e coloca um filme que viu há anos, quando ainda era criança, ou novo o suficiente pra não ter passado pelas coisas que te fizeram ser o que é hoje.

Foi assim que revi E.T. depois de muitos anos ignorando o filme nas sessões natalinas da Globo.

Cacete, como eu chorei! Como eu quis ter um E.T. no meu armário! Como eu me arrepiei com a cena que o Elliot pede desculpas pro E.T. morto, algo do tipo "i'm so sorry, they are only humans". E na hora da despedida, o famoso "Stay!" do Elliot, respondido com um rouco "Come!" do E.T....aaaafe, mais chororô.

Realmente, poderia enumerar dezenas de cenas e falas desse filme. Dezenas que não havia realmente notado das outras vezes que assisti. E quando o filme terminou, fiquei pensando nas outras centenas de cenas e diálogos de todos os outros diversos filmes sensacionais que já vi, mas que por algum motivo, não entendi por completo.

Tudo ao seu tempo, certo? Comigo é assim, sempre foi e sempre vai ser, já desisti de tentar apressar as coisas.

E nessa eterna busca por entender cada vez mais a mim mesma, vou lá trás garimpar e resgatar mensagens que ficaram pelo caminho. Confesso, isso é bem divertido!

Hoje o bêju de despedida vai pro E.T., aquela coisinha grotescamente encantadora:

E.T., um bêjão pra você, querido!

21.11.08

Vinte e um de novembro

I think I'm going back to school
Cause I'm tired of being a fool
And I'm tired of playing it cool
I think I'm going back to school




12.11.08

Miss Synchronicity, once more!

Faz alguns meses que falei aqui de sincronicidade. Volto a falar hoje, porque aconteceu de novo. Dia difícil no trabalho. Daqueles que a gente sai pensativo, olhando pra baixo e chutando as pedrinhas, esperando achar caído na calçada um manual onde se lê na capa: "Quer saber exatamente onde é que está errando?".

No ônibus continuei tentando reconstituir os fatos, pra ver se a resposta ficava mais clara. Nada.

Em casa banho quente, janta e uma esticadinha nos afazeres.

Até que.....Plim! "Nossa, e aquele livro de notas do Walt Disney, hein? Há quanto tempo não folheio?".
Fui até o armário, peguei o livro de capa roxa, "Famous Quotes" escrito numa fonte horrenda. Abri aleatoriamente a lista de citações organizadas por ordem alfabética:

"Leadership - Leadership implies a strong faith or belief in something. It may be a cause, an institution, a political or business operation in wich a man takes active direction by virtue of his faith and self-assurance. And, of course, leadership means a group, large or small, wich is willing to entrust such autorithy to a man - or a woman - in judgment, wisdom, personal appeal and proven competence."

Bêju pru Mickey!

9.11.08

Você é os e-mails que você envia

Desde que eu existo virtualmente tive aproximadamente 3 contas de e-mails (sem contar aquelas que você cria só pra ter login em algum lugar, mas não usa efetivamente).
A primeira foi no ig, depois passei pro yahoo, onde fiquei bem uns 7 ou 8 anos, e há mais ou menos 1 ano migrei pro gmail (ah, por diversos motivos, depois te conto!).

A minha conta do yahoo ainda está ativa, apesar de não usar mais. Fiz questão de não perder nenhum dos milhares de e-mails enviados e recebidos.
Sério mesmo, eles narram minha vida naquele período. Assustador! Tem até o primeiro contato que fiz com o diretor de criação da MTV, tentando marcar uma entrevista (e pasmem: consegui agendar um horário fácil, fácil, só com trocas de e-mails!). Fora que essa fase da monografia foi um capítulo a parte. Merece todos os e-mails relacionados intactos!

Esses dias tava dando uma zapeada nas últimas páginas dos recebidos do gmail e, cacete! Duas vezes mais assustador!
Tem a saga do planejamento da viagem do carnaval de 2008, os mais de 100 repleis rendidos da festa surpresa de despedida do Américo. Fora aqueles impagáveis que chegam com títulos como "Garoto de sete anos matou brutalmente 13 animais durante 30 minutos" (tinha que ser da Chica!*).

Passei então pra seção dos "enviados". CACETE! Vinte vezes mais assustador!
Tem de tudo lá. Momento desabafo, momento desespero, momento joselito, carência, revolta, euforia, megalomania, etc etc etc. Material bem rico pra um terapeuta.

Depois disso só te digo pra ter cuidado com os e-mails que você manda às 4: 47 da tarde de uma quinta-feira ensolarada, ou a 1:34 da manhã de uma segunda-feira pós fim de semanda desastroso!

Você é aquilo que vai junto do "send", viu!

*Chica é uma menina sarcástica e muito bem articulada. Ela se expressa muito bem com palavras, e é dona dos e-mails mais bizarros e engraçados que tenho recebido nos últimos anos. Um "salve" pra ela!

7.11.08

Frankly dear...

Pra quantas pessoas você já disse adeus? Daquele jeito "levantar e não olhar mais pra trás", sabe? Já teve coragem?
Eu já precisei dizer, e disse.
Na verdade não tem muito como fugir disso. O máximo que dá pra fazer é adiar.
Aí a vida cuida da despedida.

"frankly dear I'm forced to give it up
tried my hand and now I've had enough
even though we have to say goodbye"

2.11.08

Régua Mágica

Hoje deu saudade daquele dia que a máquina de escrever virou brinquedo. Daquele dia que minha mãe deixou pela primeira vez eu e meu irmão enchermos a sala de estar de papel picado. E também daquele dia que a gente fez campeonato de vôlei no corredor com a bolinha amarela de fisioterapia da minha vó.
Deu saudade de morrer de rir no sofá, enquanto esperávamos a nossa mãe chegar da última aula da noite. De abrir o portão da frente pro meu pai guardar o carro, e de escrever "Fê" e "Cacai" com caneta azul no cantinho dos brinquedos que ganhávamos igual, um pra cada, pra não ter briga.
Deu saudade da régua mágica, presente do Pá. Tinha que ser dele.